quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

QUEBRANTO ao som de Bryan Ferry " Don't stop the dance" Jazz age

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 QUEBRANTO

A velha senhora dizia o meu nome em cruz sobre gotas de azeite que desapareciam ao cair na água como por magia. Eu limitava-me a olhar meio incrédula, meio crente, subjugada com aquela dor tão forte que sentia a latejar na minha cabeça. Aquela dor na alma toda mas que se concentrava no meu cérebro e que parecia o martelar numa uma bigorna com força. Muita força.
A velha lá continuava a sussurrar a sua ladaínha: «Some-te diabo para as ondas do mar coalhado, some-te diabo para as ondas do mar coalhado», e eu, de pálpebra levantada, ostentando o meu ar enfadado, mirava-a de soslaio prestes a fugir dali a arrastar a minha alma pesada e dorida para perto de um Ben-U-Ron, quando a minha mãe 
   - Não!!! Descontrai-te e acredita. Isto já é demais. E não se cura só com Ben-U-Rons.
Ao fim destes anos todos ela continua a ter este poderzinho irritante que foi ganhando ao longo do tempo á força de ter tido (quase) sempre razão e as histórias acabarem sempre com
   - Vês?... eu bem te dizia!
E eu
   - Sim mãe... sim mãe, pronto, não digas mais nada, ok?
E posto isto, lá baixei a pálpebra rebelde e deixei-me ficar, enquanto a velhota, discretamente, continuava: «...se eles quiserem bem podem, de onde eles vieram que pra lá tornem».
Podia passar por esta senhora na rua, mil vezes, que nunca lhe reconheceria qualquer poder de mudar o imutável ou expulsar quebranto ou fosse lá o que fosse para além de tricotar cachecóis, fazer belos biscoitos com chá e tomar conta de gatos dengosos. Mas lá estava ela, concentrada e crente, cabelinho muito branco e posto por ordem, sem um único fio fora do lugar, casaquinho de malha bêje por cima de uma imaculada camisa branca com bordado inglês e saia preta abaixo do joelho com irrepreensível sapato ortopédico a finalizar. Uma avozinha no seu melhor estilo e ainda assim, com um poder oculto, sem dúvida, uma vez que as bolinhas de azeite caiam agora inteiras, já não se desfaziam na água e eu já me sentia leve, como se finalmente a minha alma barulhenta se tivesse desencurralado do meu cérebro e se começasse a espalhar novamente por todo o corpo. Alívio.
A minha mãe percebeu e fez um meio sorriso que não entendi muito bem se era para manifestar o seu contentamento por mim ou apenas por ter tido razão mais uma vez. Aproximou-se, deu-me um empurrãozinho ao de leve a indicar o caminho da porta de saída e ficou para trás conversando com a minha salvadora.
Despedi-me e saí apreciando o surreal do momento e a cada passo que dava menos me apetecia entender. O entendimento tinha deixado de fazer sentido agora que me sentia repentinamente nas nuvens. 
A minha mãe saiu atrás de mim e deu-me o braço, protectora:
  - Então?? Que tal está a Madame Racional??
Ri-me
  - Ó mãe! Que se lixem os Ben-U-Rons!! Avozinhas ao poder!!!
Rimo-nos as duas. No meio das gargalhadas ainda consegui ouvi-la dizer:
  - Vês?? Eu bem te dizia!!!

Paula AbrEu
(num dia de Inverno, com uma dor de cabeça de bradar aos céus :)
Dezembro 2012

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quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

The Herbaliser - Song For Mary - Véspera do Fim do Mundo

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20 12 2012
A Véspera do Fim do Mundo

Era meia-noite e a lua estava grávida.
Isso é que interessava porque o resto... a monotonia das palavras ocas como ecos gritados do alto de montanhas sós... não tinha interesse nenhum.
Numa noite que pode até ser a última, não consigo libertar-me, de tanto que me prendi, de tanto que me escondi.
Cobri-me de manto escuro, tão discreto, tão discreto, que ninguém me pode ver, tal a vergonha consentida sem pudor, sem amor próprio, sem pingos de orgulho... só lagos feitos de fracas lágrimas.
E se me olham, no meio da insegurança que me subjuga, tremo.
Não me olhem!
Se pudesse fugir, fugia. Embora saiba que a cobardia não é uma porta e sim um corredor sem fim nem fins previstos. De dentro da minha cobardia espreito, e todos os que assistem sentem o meu medo e se amedrontam, por isso peço...
Não me olhem!
Nos defeitos encontrados em meus actos me desculpo e encontro forças para não querer agir. Sei o fim da história, pouco surpreendente e repetitiva até á exaustão. A minha exaustão por não dominar o que me aperta e me conduz nas voltas revoltas que compõem a minha vida sem sentido.
Os olhares reprovadores de quem me julga, que sinto como agulhas silenciosas, sedentas da minha agonia, multiplicam-se.
Mais uma vez... não me olhem!
Miro uma última vez a lua grávida, minha confidente, e aprecio a sua felicidade branca, imensa e brilhante. Silenciosa.
Escapa-se-me um sorriso, e admito em voz alta:
- Tornei-me anti-social.

Paula AbrEu
Em 20/12/2012
2012012 - Data única e irrepetível, em que a também única frase deste som "And You got to let me go" me soou como um lema.


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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Ajudas-me? (ao som de Thievery Corporation - Barrio Alto)

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Ajudas-me?

- Ajudas-me aqui a fazer o jantar?
- Ajudo. Claro que sim. Que precisas?
- Parte-me uma cebola para um tacho
- Ok. Dá-me aí uma cebola
(dei)
- E qual é o tacho?
- É o grande
- Passa-me aí que eu não sei qual é o grande
(passei)
- Queres que pique isto como?
- Miudinho. É para refogar
- Miudinho? Isso é como? Rodelas fininhas?
- Não… picadinho.
- Ahhh!!!
- Ó anda cá e pica um bocadinho para eu ver como se faz
(mais uma interrupção, mais uma viagem…)
- Vês… é assim…
- Ahhhh!!!! Picas isso muito bem. Gosto muito do teu tempero, sabes?
(sorrisos… e a cebola foi toda picada por mim…)

Paula AbrEu
(a divagar :) em 27/11/2012)




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terça-feira, 27 de novembro de 2012

A Hora de Almoço (ao som de We Can Do Anything - Gabriel Flies feat. Mikkel Solnado)

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A Hora de Almoço


O almoço é solitário na salinha pequena do escritório. Fui eu que o fiz ontem á noite. Deixei tudo preparado e mais uma pêra para o lanche que a vida não está para restaurantes. Dou inicio ao "banquete" e procuro no saco, o livro que me anda a fazer companhia, quando cai ao chão, o marcador. Pego-lhe e releio uns rabiscos que lá escrevi um dia destes:

“Bocas que ofendem, que pecam, que beijam
Que murmuram um credo...
Mãos que afagam, que abraçam, que tocam
Ou que batendo no peito, assumem:
Minha culpa, minha culpa, minha tão grande culpa”

Palavras soltas á espera de um início e de um fim, se estes se resolverem a surgir, caso contrário continuarão a ser apenas, uns rabiscos num marcador de livros.
A seguir ao almoço gosto de ir dar uma volta pela Vila. Está frio e sabe-me bem o casaco quente e o cachecol assim como me sabe bem cumprimentar várias pessoas com quem me cruzo pelo caminho. Nesta terra não há solidão. Reparo na montra do fotógrafo e dá-me vontade de rir, quando a vejo cheia de fotos de noivas em poses sexy, com olhares lânguidos e pernocas á mostra mostrando a liga… tudo muito sexy para vestidos tão brancos e puros. Esboço um sorriso que não consigo conter quando o fotógrafo, já entrado na idade, me acena educadamente da porta:
- Boa tarde, menina. Está frio não está? 
Passam-me as coisas mais incríveis e cómicas pela mente - esta mente que não domino. 
– Está sim senhor!
E ele fica a olhar com aqueles olhinhos pequeninos e brilhantes, algo maliciosos até. Livra! Se me casasse agora não o queria para repórter fotográfico – penso eu divertida – ou talvez sim.
Olho em volta, sinto o burburinho, cheiro o frio e aconchego-me um pouco mais no casaco. "Isto é bom" – penso eu. E dou comigo a valorizar o presente. Constato que este povo que tanto aprecia criticar, quase como se fosse dono da verdade, nem se permite apreciar o que tem, limitando-se a temer um futuro cada vez mais incerto e apoiando-se num passado cada vez mais longínquo e turvo, cheio de nevoeiro denso e sem Reis salvadores perdidos lá dentro.
Torno a olhar a montra das fotos mas desta vez já só vejo a esperança nos olhos das modelos noivas.
E chegada finalmente a hora de regressar á realidade, deixa-me lá ir beber o meu café ao Chico, que o tempo não pára, a vida não pára, o pensamento não pára e, como dizia o poeta… o mundo pula e avança.

Paula Abreu
Texto original que escrevi em 25/11/2012

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domingo, 11 de novembro de 2012

Jorge Fernando - Desespero (com Virgul e Dino d´Santiago) letra

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DESESPERO
Jorge Fernando com Dino d'Santiago e Vrgul dos Nu Soul Family

Mais um disco, o 12º, de Jorge Fernando  - "Chamam-lhe Fado" e foi editado no dia 10 de Setembro de 2012. Jorge Fernando, que foi compositor e guitarrista de Amália Rodrigues e que escreveu dos mais belos fados interpretados por Amália, Mariza, Ana Moura, Fábia Rebordão e Fernando Maurício, é uma figura vital para o Fado em Portugal.
Este "Desespero" é absolutamente fantástico e foi uma excelente escolha para single de apresentação do disco, contando com a valiosa participação de Dino d´Santiago e Virgul, dos Nu Soul Family. ilherme Banza.

A letra:


De-ses-pero... o mar turva-se aos meus olhos

Porque o céu amua com a terra e entristece
De-ses-pero... roça a minha fantasia
A língua da serpente e o meu céu não amanhece

Rasga a seda do meu sonho
Toma-me em teus braços nos instantes do delírio
Rasga o ventre do teu dono
Com a sinfonia nos compassos do martírio

Salva-me...
Amor salva-me
Estrela sensual que o meu céu seduz
Amor salva-me...
Vem e salva-me
Olhar tropical que ao meu olhar dá luz

Mente se quiseres porque é premente entre a gente
e salva-me
Dou o quanto baste pra que a vida não te afaste
e salva-me

De-ses-pero... mordo a minha consciência
Em três Avé Marias // onde salvo a existência
Desespero (Desespero...)... estendo a minha cobardia
Nos lençóis de linho onde existe... a tua ausência

Sopra o vento
E o pensamento teima em persegui-lo num perfeito desatino
Roda o tempo
E o coração aceita as leis da vida, indiferente ao seu destino

hei! hei ...hei!.. ooh

Salva-me... // come on baby

Amor salva-me // my love save me
Estrela sensual  // you're my star, my star  
que o meu céu seduz //    (uu..uú....)
Amor salva-me... //my love save me, save me, save me
Vem e salva-me  // come and save me
Olhar tropical (o-lhar tro-pi-cal) que ao meu olhar dá luz   (é..é..éii...)


Salva-me...  (sal-va-me, sal-va-me...)
Amor salva-me //Pleeease  Save me
Estrela sensual  (ooh) 
que o meu céu seduz (yeah that's right, that's right...)
Amor salva-me... (oooh)
Vem e salva-me (c'mon and save me...)
Olhar tropical... que ao meu olhar dá  lu..úúúúúúúúúz...)






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terça-feira, 6 de novembro de 2012

Tom Waits - Cold Water (vídeo)

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Um belo dia acordamos... e de repente, tudo mudou nas nossas vidas. Tudo o que vivemos em décadas pode deixar de ter significado, num segundo.
Por vezes, é também nesse mesmo segundo que damos importância ás insignificâncias da vida... aquelas que nos podiam ter feito felizes se não nos tivéssemos tornado apenas espectadores da nossa própria história. 
Meros observadores perdidos no turbilhão frio em que subitamente se revela o caminho percorrido.
É nesse segundo que tomamos consciência do tempo perdido, esquecido... do tempo que não retorna....
Das esperas inúteis, dos nós na garganta, de todas as vezes em que engolimos sentimentos apenas e só por medo... das vezes que escondemos a raiva, a injustiça, a humilhação e que também nos escondemos atrás de máscaras.
Por instantes ficamos presos a esse segundo, desejando ter vivido intensamente todos os segundos do passado, sorver sofregamente os do futuro... menos esse... que nos prende irremediavelmente ao presente.
É que tudo muda de repente... 
É preciso não esquecer.


Paula Abreu

(a ouvir Tom Waits e a assistir diariamente á queda dos valores certos agora trocados por incertezas)
6/11/2012

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sexta-feira, 5 de outubro de 2012

The Black Mamba - It ain't you (Não és Tu)

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Abraço os meus joelhos e deixo correr as lágrimas contidas
Caem no chão sem resolver...
Apenas me lavam a alma, nada mais
Bates á porta
Chamas-me
   - Não vou... quero estar só
Estás do outro lado da porta mas sinto-te distante
E sendo assim...
Mais lágrimas silenciosas, que agora quase formam um rio a desaguar neste chão inútil
   - Não sais? - perguntas
E eu...
   - Não... não saio
Ouço a minha voz a responder num murmúrio magoado e penso que até pagava para não estar nesta situação... para não me ter deixado abater pela minha própria fragilidade...
E depois o silêncio
O silêncio inútil da tua espera e da minha revolta muda
Se calhar não sabes, mas...
As trelas que nos prendem, grande parte das vezes, são muito mais psicológicas do que reais...
É que a porta não estava sequer trancada
...
E tu não entraste
Não me abraçaste
Não murmuraste: Amo-te...  - ao meu ouvido
E por isso não me permitiste abraçar-te de volta, sem mais palavras, também elas inúteis
...
A porta não estava trancada, mas tu não entraste
Limitaste-te a esperar...
Numa espera tão inútil como estas minhas lágrimas

Paula AbrEu
(Na deliciosa companhia de "The Black Mamba" uma referência a não perder de vista... nem de ouvido :)
5/10/2012

 




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quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Radical Face - We're On Our Way (lyrics)

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Por vezes é apenas isso, a minha cabeça
... uma caixa vazia que uso para esquecer e não para lembrar
E talvez um dia acredite em coisas que disse sem querer... talvez...
Espero que não
Quem sabe um dia me transformo naquilo que jurei ser
Embora já não me lembre o que é...
Não me lembro dos sonhos que guardei na caixa vazia...


Paula AbrEu
em 19/9/2012


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"We're On Our Way"


Show your hands

If you need a new coat of paint

If your bones are now heavy things

Like anchors hidden somewhere 'neath your skin



Or if your head's just an empty box

If your heart has become spare parts

If your days are now just something you must bear



Well, oh, it seems you're a lot like me

You dug yourself into places

You never thought you would be

But don't you fret, and don't you mind

The only constant is change

And you never know what you'll find



Yeah, tomorrow I might wake up nice and clean

And I might believe the things I said I didn't mean

And this might turn and wind up just the way we'd dreamed

And I might become the things I swore I'd always be



Well, we're always on our way

We're on our way

Well, we're always on our way

We're on our way

Well, we're always on our way

We're on our way

Well, we're always on our way

We're on our way

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segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Para Nunca Mais (Acordar) - Darko e Sandra Celas

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Invento o que sinto ou sinto o que invento.
Sendo que não minto no meu pensamento.
Paula Abreu em 3/8/2012
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sexta-feira, 20 de julho de 2012

O dia em que o chinelo deu um chuto na bota de montar (O som é divino: The Roots - The Seed)

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Roía uma maçã enquanto observava a paisagem. Roía é o termo certo, assim como os coelhos roem cenouras se tiverem a sorte de as apanhar. Não mordem ou trincam. Roem-nas.
Os cantos da boca ora subiam, ora desciam consoante os pensamentos lhe eram agradáveis ou não. É fácil deixar correr os pensamentos quando o único som que se ouve é o mar e é o sol quem nos cumprimenta e acolhe.
Pensava em todas as coisas que já tinha dito ou feito apenas por maldade ou rancor. Pensava também que as circunstancias já tinham tornado muitas vezes essa mesma maldade ou rancor na escolha mais acertada. Ou pelo menos assim lhe parecia e ponto final.
Efetivamente era uma pessoa difícil e gostava de o ser. Sentia um certo prazer em minimizar os outros e já se tinha habituado a ser assim há muito tempo. Tinha que viver com isso. Aprendera a viver com isso.
Sabia que algumas das suas atitudes não eram mais que toscas chamadas de atenção. Toda a vida tinha sido preterido relativamente ao seu irmão e assistia constantemente ao orgulho que o pai sentia por ele. O pai exigia muito do seu irmão mas também se orgulhava dele tornando-o dono dos seus sonhos.
Bem, parte de si era o que era por causa deles ou apesar deles, para ser mais preciso.
- Estou aqui!!! Raios vos partam. Olhem para mim!!!
Pensava nela agora. Mesmo contra sua vontade tinha-se reaproximado mais uma vez fingindo desprezo. Fingindo ignorá-la. Quando não a ignorava, fazia troça dela, castigava-a com altivez e comentários baixos, embora isso por fim parecesse ter deixado de surtir qualquer efeito. Merda!
Por vezes tinha sentimentos e irritava-o que os demais, não entendessem isso.
- Que triste que sou. Um triste palhaço pobre ao pé dos ricos.
Entrelaçado em ressentimentos, decidiu que também não havia de se ir embora, ficaria ate que o amassem, raio que os partisse todos. Faria tudo o que esperavam dele mas no intimo havia de continuar a planear as suas pequenas e mesquinhas revoltas. Mais do mesmo, já era assim há muito tempo. Tempo a mais.
Tudo isto o embrulhava e apertava e debruçou-se um pouco mais olhando agora para baixo, para o fundo do rochedo onde o mar estava branco de espuma e batia com fúria nas rochas, lambendo-as raivosamente.
Hesitou.
Caramba, é tramado ter consciência de que não prestamos para nada. E agora ao olhar para baixo, novamente aquela porcaria de ideia de se atirar, desta vez sem asas, voltou a imperar.
O que ele atirou foi o resto da maçã roída e ficou a olhar até que desaparecesse na espuma.
Fácil, não?
Não... pensou ele. Fácil não era... Era preciso ter coragem...
E afastou-se.

Paula AbrEu
em 20/7/2012
(O dia em que o chinelo deu um pontapé a bota de montar)


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segunda-feira, 16 de julho de 2012

F.Chopin - Romanza dallo Studio n.3 op.10

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"Esperança é uma coisa com penas
Que poisa na alma
E canta uma canção sem palavras
E nunca pára, nunca" 

Emily Dickinson
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 Sim... é exatamente isso, a Esperança
Uma coisa com penas e asas e voa
Alto, muito alto, até ultrapassar os cumes
E só pararia se deixássemos de acreditar
Mas não.
Não deixamos.

Paula AbrEu
16/7/2012 Partilhar

quinta-feira, 12 de julho de 2012

The Cure - Lullaby (lyrics)

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Não tanto pelo som da tua voz, como pelas palavras
Não tanto pelo perfume que me desperta os sentidos
Não tanto pelo sonho, tornado realidade
Não tanto pela boca, como pelos beijos
Não tanto pelos olhos... como pelo olhar

Esse olhar...

Esse olhar vale mais que mil silêncios, mil palavras, mil gritos...
Os gritos que me abafam, as palavras que não digo e os silêncios onde me refugio, tão livre, onde as tuas asas me levam

Paula AbrEu
12/7/2012

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The Cure
Lullaby (letra)

I spy something beginning with s...

on candystripe legs the spiderman comes
softly through the shadow of the evening sun
stealing past the windows of the blissfully dead
looking for the victim shivering in bed
searching out fear in the gathering gloom and
suddenly!
a movement in the corner of the room!
and there is nothing i can do
when i realize with fright
that the spiderman is having me for dinner tonight!

quietly he laughs and shaking his head
creeps closer now
closer to the foot of the bed
and softer than shadow and quicker than flies
his arms are all around me and his tongue in my eyes
"be still be calm be quiet now my precious boy
don't struggle like that or i will only love you more
for it's much too late to get away or turn on the light
the spiderman is having you for dinner tonight"

and i feel like i'm being eaten
by a thousand million shivering furry holes
and i know that in the morning i will wake up
in the shivering cold

and the spiderman is always hungry...

"Come into my parlour", said the spider to the fly... "I have something... " Partilhar

terça-feira, 3 de julho de 2012

Gorillaz - Clint Eastwood (Ao vivo) (holograma)

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Ás Voltas

Lembro-me bem quando a avistei ao longe. Era loira, morena e ruiva. E também era bonita mas feia. Horrível.
Na verdade quanto mais penso nisso mais me apercebo como a sua imagem se transforma em fumo e desvanece. Mas do que me lembro mesmo bem foi quando ela passou por mim e até parou a olhar-me com desdém e um sorriso trocista. A medir-me.
Era a Maldade, e os seus olhos azuis esverdeados, castanhos e pretos - sinceramente não me lembro já nada da cor que tinham - mas lembro-me que faiscavam, feios.
Eu até pensava que não tinha reparado em mim, sou pequena e discreta. Consigo passar despercebida quando quero. Mas não. Mediu-me e tornou a medir-me, ponderou no que fazer comigo, que eu percebi muito bem no seu olhar cruel que gelava quem fitasse. Um olhar frio como o gelo mas quente de intenções. Más.
E eu?
O pior é que eu parei e deixei-me ficar ali a suportar aquilo tudo. A sentir aqueles olhos como mãos geladas que me agarravam com força e magoavam até quase me fazer chorar. Era isso que me apetecia, chorar. Mas não saiam, as lágrimas. Só aquele desconforto na alma é que saia.
Também me apetecia fugir dali para fora e deixar de sentir aquele medo, aquela angustia sufocante e aflitiva. E dava constantemente ordens aos meus pés:

- Corram!!! Vá corram!!!!

E também lhes supliquei:

- Por favor… CORRAM!!!! Saiam daqui!!! Tirem-me daqui!!!!

Mas nada.
E ela com aquele sorriso maléfico e tão trocista - divertido até - por ser a vencedora e eu a vencida, ponderava no que fazer com tão vulnerável Ser, sentindo um prazer inevitável no que iria utilizar para me punir com os seus sábios requintes de malvadez.
Fechei os olhos e abri a boca para gritar a plenos pulmões mas não me surpreendi assim muito por não ouvir um único som.
Não me surpreendi mas também não desisti e continuei a tentar fugir, gritar… e gritar e fugir ao mesmo tempo, enquanto os meus olhos procuravam alguém desesperadamente.
Procuravam ajuda. Mas só eu lá estava á espera da vontade dela, mais ninguém.
Depois, não me lembro muito bem se foi sorte que tive. Não me lembro bem se foi azar. Porque me faltava o ar e pensei que era o fim. Faltava-me desesperadamente a capacidade vital de inspirar e deixar de sentir aquela secura toda a invadir-me. Aquele terror.
Consegui então abrir os olhos – estava escuro - e depois de passar o susto, ri sozinha e aliviada.
A Maldade tinha partido sem me punir, afastando-se suavemente aos tropeções, sem qualquer barulho mas intensa e ruidosa. Como disse antes, já não recordo com clareza e tudo se esfuma. Ainda bem.
Talvez porque nada nem ninguém é suficientemente Bom… mas também não é totalmente Mau.
Ou talvez porque finalmente acordava do maldito pesadelo.
Sei lá.

Paula AbrEu
3/7/2012
(GORILLAZ porque sou fã e porque "I ain't happy. I'm feeling glad. I got sunshine. In a bag" como a letra de "Clint Eastwood" diz :) Partilhar

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Fun - We Are Young (Tonight we are young)

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 Lengalenga da Paixão

A noite passada acordei com teu beijo
Querias meu amor
Dei-te o meu desejo

A noite passada foste-me buscar
Estava no meu mundo
Desejando amar

A noite passada murmurei teu nome
Querias meu amor
Matei minha fome

A noite passada as horas foram poucas
Sussurrei baixinho
Só palavras loucas

A noite passada levaste-me á lua
Querias meu amor
Mas já não sou só tua

A noite passada descobri por fim
Que a paixão é tudo
Se tudo dou de mim

Paula AbrEu
28/6/2012
(FUN - We are Young)
Porque "esta noite" (tonight) ... pode ser qualquer noite... até "a noite passada".



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quinta-feira, 14 de junho de 2012

Nick Cave & The Bad Seeds - Deanna (letra, video e pensamento original)

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Curiosamente constato a certeza que tens de me conhecer
Mas não,
Conheces apenas uma das muitas que contenho
Aquela que mais escondo, que afastei de todos sempre que pude
Menos de ti...
Pareceste-me seguro e louco ao mesmo tempo, pareceste-me perfeito
E por muito que me desiludas vou agradecer-te sempre teres permitido que a (me) soltasse mais uma vez
Provavelmente a última vez
É que tenho tanto medo que ela impere, cada vez que te aproximas...
Aproximas-te...
E sinto-a... a querer pulsar, a querer sair...
E aí faço tudo... faço qualquer coisa, para a esconder de novo

Gostei de estar contigo mais uma vez
.. de te sentir e de te ver
Gostei de te vencer, de te ganhar, de te perder
Gosto quando te rendes, te ajoelhas, te dedicas
... e ainda te sinto no meu corpo...
Quente e louco pecado, no cenário perfeito:
Eu
Tu
O mar
E as mentiras...

Mas... apesar de tudo
Fiquei a ver-te partir sem pudores
Mais uma despedida "para sempre"
Esse tempo infinito e infinitamente impossível ... "para sempre"

Não me perguntes porquê
Talvez porque não... e me faltem mais argumentos inúteis
Talvez porque nem todos os os fins justificam os meios
Ou talvez porque, de uma vez por todas...

.. Sim!

Não ouses.
Sê.

Paula AbrEu
14/6/2012

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Nick Cave & The Bad Seeds
Deanna
(letra)

O Deanna!
Sweet Deanna!
O DEANNA
You know you are my friend, yeah
O DEANNA
And I ain't down here for your money
I ain't down here for your love
I ain't down here for your love or money
I'm down here for your soul

No carpet on the floor
And the winding cloth holds many moths
Around your Ku Klux furniture
I cum of death-head in your frock
We discuss the murder plan
We discuss murder and the murder act
Murder takes the wheel of your Cadillac
And death climbs in the back

O DEANNA
This is a car
O DEANNA
This is a gun
O DEANNA
And this a day number one
O DEANNA
Our little crimeworn histories
Black and smoking christmas trees
And honey, it ain't mystery
Why you're a mystery to me

We will eat out of their pantries
And their parlours
Ashy leaving in their beds
And we'll unload into their heads
On this mean season
This little angel that I squeezin'
She ain't been mean to me

O Deanna!
You are my friend and my partner
O DEANNA
On this house on the hill
O DEANNA
And I ain't down here for your money
I ain't down here for your love
I ain't down here for your love or money
I'm down here for your soul

O DEANNA
I am a-knocking
O DEANNA
With my toolbox and my stocking
O DEANNA
And I'll meet you on the corner
O DEANNA
Yes, you point it like a finger
O DEANNA
And squeeze its little thing
O DEANNA
Feel its kick, hear its bang
And let no worry about its issue
Don't worry about where its been
and don't worry about where it hits
Cause it just ain't yours to sin

O DEANNA
No it just ain't your to sin
O DEANNA
Sweet Deanna
O DEANNA
And we ain't getting any younger
O DEANNA
And I don't intend gettin' any older
O DEANNA
The sun a hump at my shoulder
O DEANNA
O Deanna!
O DEANNA
Sweet Deanna
O DEANNA
And I ain't down here for your money
I ain't down here for your love
I ain't down here for your love of money
I'm down here for your soul Partilhar

segunda-feira, 11 de junho de 2012

WRAYGUNN - DON´T YOU WANNA DANCE? (L'Art Brut)

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Diz-me névoa...
Não preferes dançar?
Em vez de lutar?
Em vez de desistir?

Não preferes dançar, enquanto ainda consegues?
Em vez de andares à volta do amargo?
Em vez de rodares como um pião, nessa roda interminável?

Já desci o mais baixo que conseguia para te encontrar
Descobri este poço e fui ao fundo
Fui desafiar-me... contigo

                       E sendo assim...
Não preferes sair dessa roda inútil, vir à superfície e dançar?

Gosto quando cuidas que me magoas
Mas sentir, é a melhor sensação do mundo
Seja o que for!
Sentir e fazer sentir...

                       Por isso...
Bate-me,
Empurra-me,
Ofende-me,
Crucifica-me...

Faz-me rir... anda vá...
E pensa... pensa bem... névoa...
Névoa viciante...

Será que não preferes dançar?

Por:
Paula AbrEu
11/6/2012

 "Don't You Wanna Dance", 1º single retirado de L'ART BRUT dos Wraygunn, uma banda portuguesa, originária de Coimbra, cujo estilo sai de uma fusão de inspirações vindas do blues, gospel e de sons de rock puramente americanos, complementados com influências do hip hop ou do funk.
 GOSTO! :) Partilhar

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Dawn Penn - No, No No (Letra e vídeo)

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Esta música da Jamaica "puxa pelo corpo" de um jeito... eh pah... nem me digam nada...
Adoooooro reaggae!!! :)

E como o corpo não se escreve e descrito não seria verdadeiro, não podia ser
Como a verdade, não conheço e sinceramente não sei se a quero conhecer
E se já nem a mim me conheço…
                                           (Olá! Muito prazer... sou a Paula. ;)
Então, vou até á beira... e deixo-me ir, pode ser?
                                            (Olá... o prazer é todo meu...;)
JUMP!!!!

O que eu gostava era de ser completamente livre e que a minha mente pudesse ser tão livre como eu.
Gostava que todos me dessem sem pedir nada em troca…
Gostava de não sentir que devo algo a alguém.
Que nunca me pedissem nada, apenas me estimulassem a dar… e que me merecessem sem exigências
Que a minha presença fosse desejada… não necessária
Que o meu sorriso fosse uma conquista… não uma obrigação…

Gostava de não sentir este cansaço pelos incógnitos que me tentam invadir… mas estão a anos-luz daquilo que sinto
E para o caso de não se importarem com o que sinto… que é o mais certo…
Eu passo a explicar:
Esses, não me fazem sentir nada… só tédio morno e sono… e sim... muito cansaço inútil…

O que me provoca está mais além e toca o limiar do erótico e do sensual... das paixões.
Não tem nada a ver com sentimentos nobres. Não tem nada a ver com este sentimento de amor, que já tive a sorte (!?) de experimentar… mas se não cuidarmos... arrefece.
(Ó injustiça, das injustiças...)

Está calor, as minhas unhas estão da cor das rosas, o meu cabelo da cor do mel e o meu corpo discretamente coberto da cor azul com a linda sandalinha de salto altíssimo para me ajudar a chegar onde chegam os grandes… ;)
Apetece-me esticar... só para perceber até onde consigo chegar...
Estou à beira... apenas à distância da decisão...

Salto... não salto...

Paula AbrEu
em 30/5/2012
a vida é curta demais...


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quarta-feira, 23 de maio de 2012

JACQUES BREL - NE ME QUITTE PAS (traduzido) (letra)

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Quero fazer o que está certo
Mas nem sempre me sai bem
Cortaram meu manto em tiras
Era rainha, passo a ninguém
Preciso apenas de um ápice
Tanto me transtorna... tanto me seduz
Esta tamanha incerteza
Este inconstante vaivém
Procura, desprezo ou luz

Alma minha que não saras
E guardas as minhas culpas,
Junto da minha coragem
Do meu grito, da viagem
Do encontro junto ao mar
Ou de mil pontes, quiçá

Mas se minha alma sarar...
Não terei mais que contar...

E desse encontro me lembro
Revivo, recalco e sonho
Sinto-o sempre no presente
Guardo-o sempre tão vivo
Na memória do que faço, do que fiz, do que desejo
sem vergonha, sem desdém
memória que me acompanha até à hora da morte...

A morte, que não me assusta
Até com ela gostava de me encontrar
E não que me apanhasse num susto
Até a morte eu deixaria amar-me
E gostaria de seduzir
Tal o fogo que me queima
Tal o vazio morno que sinto
Consumido no medo que me conquistou
Na teia que me enredou

No espaço que me deixas
Quando não te dás

Poderia ter o mundo...
Mas estou presa neste limbo que alimentas
Da vaidade e sem afetos
Sem sequer quereres que te ame, que te olhe, que te dê...
Alimentando meus medos como cães famintos

Ah!
Deixo-me enlouquecer... é tão bom
Não quero parar, não quero
Pois se minha alma sarar
nada mais há 'pra contar...

Paula AbrEu (23/5/2012)
- Na confusão dos sentidos, pensamentos desarrumados a fugirem de um lado para o outro, 'pediram-me' para sair a correr.. assim meio loucos, meio rebeldes... como presos que escapam da cadeia e se engasgam com o sabor da liberdade.
E eu deixei.

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terça-feira, 22 de maio de 2012

Dead Combo - O Assobio (Anthony Bourdain)

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Para além de ti
És tu quem continuo a querer
Podes ordenar-me que te ame
Eu rebelde, me rendo
Eu rendida, me rebelo
Eu escondida, me demonstro
Na verdade que não conto
Nos segredos... envoltos em fios de cabelo
Da vontade que calo
Do calor que me envolve
E de novo...
E sempre...
E para além do que domino...
Até para além de ti...
És tu quem continuo a querer.

Paula AbrEu
em 22/5/2012, escolhi Dead Combo porque é    M U I T O     B O M !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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Dead Combo
O Assobio

Originais e arrojados, misturam o que nos corre nas veias com algo deliciosamente inovador.
Músicos ao melhor nível.

Keep on, Tó Trips e Pedro Gonçalves!!!

E agora, que já me inspiraram :) que já dei a minha opinião e tudo, só falta a WIKIPÉDIA a funcionar: :)

A banda é constituída por dois membros apenas: Tó Trips (guitarras) e Pedro V. Gonçalves (contrabaixo, kazoo, melódica e guitarras).
Os membros conheceram-se em 2001, quando no final de um concerto, Tó pediu boleia a Pedro sem saber que este não tinha carro. Foram então ambos a pé até ao Bairro Alto e, no meio da conversa, surgiu a ideia de gravarem um álbum em tributo ao génio da guitarra portuguesa, Carlos Paredes.
A pouco e pouco foram surgindo os Dead Combo, sendo 2002 referido pela banda como o ano definitivo da sua formação. Em 2004 viriam a lançar o seu álbum de estreia, cuja sonoridade inovadora foi recebida com entusiasmo pela crítica portuguesa.
Em 2005, Charlie Gillet fez uma selecção dos "Melhores de 2005". Nessa lista constam os Dead Combo com o seu álbum de estreia Vol.1.
Em 2006 lançam Vol. 2 - Quando A Alma Não É Pequena e em 2007 Guitars From Nothing.
Os Dead Combo compuseram a banda sonora original para o filme "Slightly Smaller Than Indiana" de Daniel Blaufuks.
Com Lusitânia Playboys, em 2008 chegam definitivamente ao reconhecimento do público. Em 2011, Lisboa Mulata marca uma nova abordagem dos Dead Combo, pois é um álbum bastante mais ecléctico, apelando ao ritmo e influências de África.
Em 2012, abrem-se novas portas aos Dead Combo. Dão um grande concerto na Aula Magna. Aparecem no programa culinário de Anthony Bourdain sobre Lisboa e, consequentemente, entram no top 10 do iTunes americano. São convidados a actuar na estreia de Cannes do filme "Cosmopolis", realizado por David Cronenberg e produzido por Paulo Branco.
[editar]Álbuns [1]

Vol.1 - (2004)
Vol. 2 - Quando A Alma Não É Pequena - (2006)
Guitars From Nothing - (2007)
Lusitânia Playboys - (2008)
Lisboa Mulata - (2011)
[editar]Álbuns Ao Vivo
Live Hot Clube - (2009)
[editar]DVD
Dead Combo & Royal Orquestra das Caveiras - (2010) Partilhar

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Pixie Lott - Use Somebody (dos King of Leon)

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Palavras Vivas

Muitas vezes me pergunto, se ao longo de uma vida, contam mais as escolhas...
Ou se serão as renúncias ás quais vamos cedendo, que pesam
Restar-me-á sempre a dúvida
Mas nunca culparei ninguém pelas minhas escolhas ou renúncias,
Excepto eu própria

E sendo assim...
Acho que agora entendo quem procura incessantemente o prazer…
Talvez seja o que nos faz esquecer o amargo e vasto leque de ressentimentos guardamos.. mesmo sem que o desejemos
Há que não esquecer também, que as mentiras contadas…
Não são só sobre “onde foste”, “onde estás” ou “com quem”
Mas sim sobre quem realmente somos

Antes de mais, revelo um absurdo...
É que irei sempre querer-te de volta... mas nunca mais me ouvirás dizê-lo 
Porque percebi que na nossa história,  não há lugar para finais felizes
E sendo assim…  absurdamente reforço o que não gostas
Até minto se necessário for, e te faço detestar-me
Tu… sabes a verdade... tu sabes...
Mas afinal, venço eu na mesma… porque nos afasto…
E na vitória, me derroto ao ver-te partir

No silêncio que ninguém quer ouvir, ás vezes penso:
- Só mais uma vez... e é a última… para me despedir…
Mas estas ou outras desculpas, não evitam o inevitável
E ao renunciar…
Apenas te ofereço o princípio do fim

O melhor de tudo
é que nos nossos melhores momentos
... nada mais existia
Um estado de abstracção total... de alheamento ao mundo exterior
Um enorme pequeno espaço onde de repente só cabiam os laços
(não os “nós”)

Depois de momentos de entrega… sempre breves
 - “Olha-me… Abraça-me… Ama-me…”
Afinal foram os medos que me conquistaram
É que a culpa não passa de um sopro que chega sem darmos por isso
E depois se transforma em vento forte e arrasa tudo.

E a Dor...


Que antes compensava as breves horas e
Os momentos chegados tão perto da perfeição
Em que me bebias e te demoravas no meu gosto
Fazendo com que toda a angústia valesse a pena

Agora esta dor fantasma que sinto
E me faz pensar se... 
Se será de ti que tenho saudades
Ou será de sentir paixão...

Tinha-me esquecido da tortura constante
Em que para mim se transformam os erros...
As mentiras, a ansiedade, a agonia da espera
E a antecipação do sofrimento, que sentirei no inevitável fim

De modo que
Torno a perguntar-me, se ao longo do caminho, pesarão mais as escolhas... ou se serão mesmo as renúncias…
E continua a restar-me a dúvida
Mas uma coisa é certa…
Continuarei a não culpar ninguém, excepto eu própria

Paula AbrEu
em 17/5/2012
(ao som  de Pixie Lott num Cover Kings of Leon - Use Somebody, escrevi um texto para mim e para todos os que, ao lerem, se encontem nas minhas palavras :)

Em 21/5/2012, resolvi dar-lhe o título de "Palavras Vivas", porque cada vez que o leio lhe mudo uma ou outra palavra, por pequena que seja,... O sentido mantém-se o mesmo :)  Paula AbrEu

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sexta-feira, 11 de maio de 2012

Bernardo Sassetti - Contigo En La Distancia (R.I.P.)

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Contigo En La Distancia

Lucrecia - Vocals
Bernardo Sassetti - Piano
Juan Cruz - Trumpet
Perico Sambeat - Alto Sax
Bob Sands - Tenor Sax
Jabier Colina - Bass
Jordi Rossy - Drums
Vicenç Solsona - Acoustic Guitar

A música portuguesa e mais especificamente a música Jazz, ficou mais pobre com o falecimento do compositor e pianista Bernardo Sassetti, de apenas 41 anos de idade.

R.I.P.

Paula AbrEu
11-5-2012 Partilhar

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Jorge Palma - Imperdoável - letra ( Novela "Louco Amor")

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IMPERDOÁVEL
Jorge Palma
Álbum: Com Todo o Respeito (2011)

Imperdoável é...
o que não vivi,
Imperdoável é...
o que esqueci,
imperdoável é...
desistir de lutar,
imperdoável é...
não perdoar.

Tive dois reis na mão
e não apostei,
vi catedrais no céu
nao as visitei,
vi carrosséis no mar,
mas não mergulhei,
imperdoável é...
o que abandonei.

Vejo-me cego e confuso,
nesta cama a latejar,
o que seria de mim,
sem o meu sentido de humor,
praticamente mudo,
sinto a máquina a bater,
é o rugído infernal,
destas veias a ferver!!!!

Imperdoável é...
dispensar a razão,
imperdoável é...
pisar quem está no chão,
imperdoável é...
esquecer quem bem nos quer,
imperdoável é...
não sobreviver.
...

Vejo-me cego e confuso,
nesta cama a latejar,
o que seria de mim,
sem o meu sentido de humor,
praticamente mudo,
sinto a máquina a bater,
é o rugído infernal,
destas veias a ferver!!!

Imperdoável é...
o que não vivi,
imperdoável é...
o que esqueci,
imperdoável é...
desistir de lutar,
imperdoável é...
não perdoar,
não perdoar,
não perdoar,
não perdoar!!!!

(Boa escolha para a Banda Sonora da novela "Louco Amor"... fará com que milhões de portugueses escutem esta obra-prima diáriamente :)

Paula AbrEu
em 7/5/2012 Partilhar

domingo, 6 de maio de 2012

Pink Floyd - Mother (para todas as mães)

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Que as mães nunca se esqueçam que deixar andar o que está errado, não protege os nossos filhos.
Um beijo e um forte abraço a todas as mães.

Numa mensagem de amor, também uma mensagem de defesa, de luta e de proteção com Mother dos Pink Flyod

Paula AbrEu
6/5/2012 - Dia da Mãe Partilhar

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Desdeñosa - Lhasa de Sela (letra) e (poema original)

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Sou mais “eu” no silêncio…
Na imensidão da paz solitária que me consola
Sou mais “eu” no pensamento que escrevo sem barreiras

Na palavra e no imediato do confronto, sou muitas e todas
Sou muitas experiências vividas
… muitas experiências de outros que me tocaram a alma
E todas as mulheres que já tive que ser
Umas porque quis e outras porque me obrigaram

Expressões saem do meu rosto
Desconhecidas para mim
Ás vezes palavras ditas…
Em que não acredito
Nem quero acreditar que as proferi…

Prefiro o pensamento corrido
Sentido no silêncio de uma qualquer meditação
Sem rumo, nem trelas, nem máscaras

Prefiro o abismo em que me dou…
Em que me troco por umas asas
E em seguida,
Ofereço-as ao pensamento livre

Prefiro escrever a nostalgia e a tristeza
Porque a alegria
Essa consumo-a nos momentos reais
Vivo-a, não a escrevo

Prefiro escrever o sonho e viver a realidade.

Paula AbrEu
em 3/5/2012

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Desdeñosa - Lhasa de Sela
(letra)

Aunque mi vida esté de sombras llena
No necesito amar, no necesito
Yo comprendo que amar es una pena
Y que una pena de amor, es infinito

Y no necesito amar, tengo vergüenza
De volver a querer lo que he querido
Toda repetición es una ofensa
Y toda su expresión es un olvido

Desdeñosa, semejante a los dioses
Yo seguiré luchando por mi suerte
Sin escuchar las espantadas voces
De los envenenados por la muerte

No necesito amar, absurdo fuera
Repetir el sermón de la montaña
Por eso he de llevar hasta que muera
Todo el odio inmortal que me acompaña

Aunque mi vida esté de sombras llena
No necesito amar, no necesito
Yo comprendo que amar es una pena
Y que una pena de amor es infinito

Y no necesito amar, tengo vergüenza
De volver a querer lo que he querido
Toda repetición es una ofensa
Y toda su expresión es un olvido

Desdeñosa, semejante a los dioses
Yo seguiré luchando por mi suerte
Sin escuchar las espantadas voces
De los envenenados por la muerte

No necesito amar, absurdo fuera
Repetir el sermón de la montaña
Por eso he de llevar hasta que muera
Todo el odio inmortal que me acompaña

(Avassalador, extremo, nostálgico. Tinha que escolher esta, sem dúvida. Linda!!) Partilhar

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Zeca Afonso - Grândola, Vila Morena (25/4/1974) letra

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Não se me secam as lágrimas...
Mas também não se me acaba a esperança!!!

Paula AbrEu
25/4/2012

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Grandola Vila Morena
Zeca Afonso
(letra)

Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade

Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena

Em cada esquina, um amigo
Em cada rosto, igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade

Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto, igualdade
O povo é quem mais ordena

À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola, a tua vontade

Grândola a tua vontade
Jurei ter por companheira
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade Partilhar

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Technotronic - Pump Up The Jam (KREMLIN)

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Pump Up the Jam
Technotronic

Só para recordar!

O que eu já dancei ao som deste "Pump Up the Jam", nos tempos idos...
Idos, mas nunca esquecidos. :)
Bons velhos tempos do Kremlin e do Plateau, algumas das minhas catedrais da boémia do tempo da juventude ;);)

Viva a boémia enquanto a pudermos alimentar!!!!

Paula AbrEu
(saudosa... em 16/4/2012) Partilhar

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Buxtehude - Alleluia (O Clássico Divino)

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Que a força nunca nos falte
Que o animo não nos abandone
Que o amor transborde
Que a vida rejubile

Que o sucesso nos inunde
Que haja pão e vinho
Que a saúde nos sobre
Que sorria, o nosso vizinho

Que a justiça abra os olhos
Que pague o pecador e não o justo
Que nenhuma criança tenha fome
Que os fins e os meios deixem de justificar injustiça

Que a ganancia adormeça
Que o egoísmo entorpeça
Que o déspota se expie
Que o corrupto se redima

Que a alegria nos domine
Que a paixão nos abrace
Que a abundância seja real
Que a igualdade não tarde

Que a igualdade não tarde...
Que a igualdade...não tarde
Que não tarde... a igualdade...

Paula AbrEu
(Diderich Buxtehude - Alleluia e o que o divino provoca nas almas... pelo menos na minha)

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segunda-feira, 9 de abril de 2012

Tom Waits - Walk Away (lyrics)

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E porque te amo?

Porque os teus olhos sabem o que sinto
Porque a tua voz acalma os meus medos
Porque o teu abraço me enche de força
Porque o teu beijo acorda o meu fogo
Porque SIM, simplesmente.

Paula AbrEu
9/4/2012

E desta canção, de um dos melhores songwriters de todos os tempos, a minha frase de eleição, embora me tenha sido difícil escolhê-la de um poema, que para mim, é perfeito:

"There are things I've done I can't erase
I want to look in the mirror, see another face"


Tom Waits - Walk Away
(lyrics)

Dot King was whittled from the bone of Cain
With a little drop of poison in the red red blood
She need a way to turn around the bend
She said: I want to walk away and start over again

There are things I've done I can't erase
I want to look in the mirror see another face
I said, "never", but I'm doing it again
I wanna walk away, start over again

No more rain, no more roses
On my way, shake my thirst in a cool cool pond

There's a winner in every place
There's a heart that's beating in every page
The beginning of it starts at the end
When it's time to walk away and start over again

Weather's murder at a hundred and three
William Ray shot Corabell Lee
A yellow dog knows when he has sinned
You wanna walk away and start over again

No more rain, no more roses
On my way, shaking my thirst in a cool cool pond

Cooper told Maui the whole block's gone
They're dying for jewelry, money, and clothes
I always get out of the trouble I'm in
I want to walk away, start over again

I left my bible by the side of the road
Carve my initials in an old dead tree
I'm going away but I'm going to be back when
It's time to walk away and start over again

Ho ho yeah, hmm, yeah
Gotta walk away, gotta walk away, gotta walk away
Just wanna walk away yeah, wanna walk away and start over again
Wanna walk away, wanna walk away, wanna walk away Partilhar

quinta-feira, 5 de abril de 2012

John Lennon - Instant Karma - Vídeo oficial e pensamento

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Instant Karma
John Lennon

Um pacifista, um poeta, um músico, um guru, um apaixonado, um místico, um líder, um original, um génio, um sol, um crente, um fenómeno... um pensador.

"Fizeram-nos acreditar que amor mesmo, amor a sério, só acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos. Não nos contaram que amor não é acionado, nem chega com hora marcada.
Fizeram-nos acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade. Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: Nós crescemos através de nós mesmos. Se estivermos em boa companhia, é só mais agradável.
Fizeram-nos acreditar numa fórmula chamada "dois em um": duas pessoas pensando igual, agindo igual, que era isso que funcionava. Não nos contaram que isso tem nome: anulação. Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável.
Fizeram-nos acreditar que casamento é obrigatório e que desejos fora de hora devem ser reprimidos.
Fizeram-nos acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os que namoram pouco são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto. Só não disseram que existe muito mais cabeça torta do que pé torto.
Fizeram-nos acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade. Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, são alienantes, e que podemos tentar outras alternativas. Ah, também não contaram que ninguém nos vai ensinar isto tudo. Cada um vai ter que descobrir sozinho. E aí, quando conseguiram ficar muito apaixonados por vocês mesmos, vão poder ser muito felizes e apaixonar-se por alguém." John Lennon Partilhar

quarta-feira, 4 de abril de 2012

NU & JOKE - WHO LOVES THE SUN (Video) - pensamentos

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 Encontrei este "escrito" rabiscado por mim, num papel... esquecido há alguns meses.
Algum sonho, pensamento... ou devaneio de momento...
Alguma fuga para aquele plano intermédio para onde invariavelmente me retiro, quase sem querer e me reporto ao meu alter ego, ao futuro, ao passado, para onde a idade, a cor, o poder, os credos nunca contaram nem nunca hão-de contar.
Onde tudo é brilhante e azul turquesa e a paisagem é o mar numa tarde cheia de sol.
Onde posso viver todos os meus "eus" e ser livre.. se me apetecer... :)

E sendo assim...

Primeiro vi os teus olhos
Sorriam
Depois via tua boca
Sorria
E só então te vi todo...
Gostei
- Dá cá um abraço... não se nega a ninguém... (e o sorriso...)
Impulsiva, dei-to
Sei que não te lembras
Mas eu não quero esquecer

Paula AbrEu
4/4/2012
(NU & JOKE - Who Loves The Sun) Partilhar

domingo, 1 de abril de 2012

Amy Winehouse - Just Friends

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Deste som, retive as frases que mais mexeram comigo...

Quando teremos tempo para ser apenas amigos?
Á noite, nunca será seguro para nós
Quando todos estão a dormir... e eu a pensar... se estaremos algum dia sozinhos?
E não... não sinto vergonha... apenas culpa
E ainda assim teremos que encontrar um tempo
Para estar juntos antes que se torne mais difícil
É que eu quero tocar-te, sabes?
Embora saiba que me vou magoar...

Só para mim, agora
Porque voltei a sentir aquele desejo...

E mais uma vez senti
... aquela sensação...
Aquela vontade de fugir, de sair daqui...
Ficar apenas comigo...
E só parar bem longe

Bem longe
Onde os meus passos me levassem
Bem alto
Onde as minhas asas me elevassem

Aquela vontade de liberdade
e de deixar de permitir de uma vez
que sejam os objectos a possuir-me...
as pessoas a possuir-me...

Um desejo de silencio e paz...
... e nada e tudo...

Paula AbrEu
1/4/2012
(Amy Winehouse - Just Friends - an inspiration;)

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Just Friends (lyrics)
Amy Winehouse

When will we get the time to be just friends
It's never safe for us not even in the evening
‘cos I've been drinking
Not in the morning where your shit works
It's always dangerous when everybody's sleeping
And I've been thinking
Can we be alone?
Can we be alone?

When will we get the time to be just friends
When will we get the time to be just friends

And no I'm not ashamed but the guilt will kill you
If she don't first
I'll never love you like her
Though we need to find the time
To just do this shit together
Before it gets worse
I wanna touch you
But that just hurts

When will we get the time to be just just friends
When will we get the time to be just friends, just friends
When will we get the time to be just friends, just friends
When will we get the time to be just friends, just friends
Just friends Partilhar

quarta-feira, 28 de março de 2012

A fabulosa Etta James ft. Christina Aguilera - SOMETHING'S GOT A HOLD ON ME

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Sempre que te penso, tu vens
Ás vezes grito(-te) no silêncio que ninguém ouve,
só eu
E chamo-te… sem precisar de falar
Grito porque te quero, e tu vens
Apenas não te beijo porque… não te falo se… não te olho mas…
Mas…

Peço-te no silêncio, que te cales
Que me abraces sem palavras e beijes as minhas lágrimas

Mas quero continuar a pensar-te, apenas
Conhecer-te, seria sem dúvida, uma desilusão
Sonho-te... como se de perfeição fosses feito

E se fosses...

Procurar-me-ias com a ternura do teu olhar,
abraçar-me-ias e... beijando as minhas lágrimas

... soltarias o meu sorriso...

Paula AbrEu
(Ouvindo: Etta James ft. Christina Aguilera - Somethings Got a Hold on Me) Partilhar

segunda-feira, 26 de março de 2012

HOME AGAIN - Michael Kiwanuka (letra)

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Home Again
Michael Kiwanuka (lyrics)

Home again
Home again
One day I know
I'll feel home again
Born again
Born again
One day I know
I'll feel strong again

I left my head
Many times I've been told
All this talk will make you old
So I close my eyes
Look behind
Moving on, moving on
So I close my eyes
Look behind
Moving on

Lost again
Lost again
One day I know
Our Paths will Cross again
Smile again
Smile again
One day I hope
To make you smile again
I won't hide

Many times I've been told
Speak your mind,just be bold
So I close my eyes
Look behind
Moving on, moving on
So I close my eyes
And the tears will clear
Then I feel no fear
Then I'd feel no way
My paths will remain straight

Home again
Home again
One day I know
I'll feel home again
Home again
Home again
One day I know
I'll feel strong again

I left my head
Many times I've been told
All this talk will make you old
So I close my eyes
Look behind
Moving on, moving on
So I close my eyes
Look behind
Moving on

Paula Abreu
(rendida a uma voz doce, olhar doce, poema doce...)
26/3/2012 Partilhar

quarta-feira, 21 de março de 2012

Tracy Chapman - Give Me One Reason (Letra e Tradução)

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Tracy Chapman lançou este som no seu album de 95 "New Beginning" e foi o seu maior êxito nos States. Ganhou com esta música, o Grammy para melhor canção Rock, que também foi nomeada para Disco do Ano, Canção do Ano e melhor interpretação Rock feminina, nos Grammy Awards de 97.

Ganhou um prémio de Rock.. mas eu prefiro chamar-lhe BLUES!
Na verdade é um clássico twelve-bar blues, na sua estrutura musical (letra repetida em cada verso e refrão).
Já teve cover em 96, pelo cantor blues, Junior Wells, no seu album "Come On in This House". E também em 2006 pela "Hungarian blues band Someday Baby, no album "Backbone Move".

Paula AbrEu
21/3/2012
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Give Me One Reason
Tracy Chapman
(tradução)

Dá-me uma razão para ficar aqui e eu volto já pra trás
Dá-me uma razão para ficar aqui e eu volto já pra trás
Porque não te quero deixar só
Mas tens que me fazer mudar de ideias

Querido tenho o teu numero, e eu sei que tens o meu
Mas sabes que te liguei
Liguei-te muitas vezes
Podes ligar-me querido
Podes ligar-me a qualquer hora
Mas tens que me ligar

Este jovem coração pode amar-te e dr-te o que precisas
Não quero pessoas para me sufocar
Podem tirar-me vida
Não quero pessoas para me sufocar
Podem tirar-me vida
Eu só quero alguém pra me abraçar e pra me embalar durante a noite

Este jovem coração pode amar-te e dr-te o que precisas
Este jovem coração pode amar-te e dr-te o que precisas
Mas eu estou muito velha pra te perseguir, e gastar a minha preciosa energia


Dá-me uma razão para ficar aqui e eu volto já pra trás
Dá-me uma razão para ficar aqui e eu volto já pra trás
Porque não te quero deixar só
Mas tens que me fazer mudar de ideias

Querido dá-me só uma razão
Dá-me só uma razão porquê
Querido dá-me só uma razão
Dá-me só uma razão porque, devo ficar
Porque eu disse que te amava, e não há mais nada a dizer! Partilhar

quinta-feira, 15 de março de 2012

AWOLNATION - SAIL -- (música do anuncio da PT 4G)

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Esta é a música do novo anúncio da PT 4G (4 = 3 + ∞).
Um dos segredos do sucesso desta publicidade parece-me ser esta música e toda a força que transmite.
Chama-se SAIL e quem canta e encanta são os AWOLNATION.

Este anúncio foi produzido pela Ministério dos Filmes e curiosamente não tem uma única palavra. Aqui é mesmo o próprio filme, com imagens de grande beleza, e a música que transmitem a ideia. Foi filmado com câmaras Phanton em “slow motion”, o que favoreceu em todos os aspetos a beleza e a mensagem deste comercial




Agora os clientes PT terão duas ofertas – TMN 4G e MEO 4G – que potenciam outras ofertas já existentes na PT e incluem também, Internet móvel e outros serviços que vêem dar resposta às novas tendências do mercado.

Com a tecnologia 4G (quarta geração), a PT conta vir aumentar e melhorar substancialmente a qualidade de rede, com velocidades até 100 Mbps e a maior cobertura a nível nacional (prevêem 80% de abrangência da população portuguesa.

Boa!!!

Paula AbrEu
15/3/2012 Partilhar

terça-feira, 6 de março de 2012

Rui Veloso- Saiu Para a Rua (foi um mote que me sugeriram ;)

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Esta música fez parte da minha juventude, dos tempos de mudança e de esperança que nunca mais se esquecem, e sendo assim apreciei este desafio e deixei-me ir...

Gostaria…
Gostaria que tivesses ouvido quando te contava do meu sucesso
Que tivesses secado as minha lágrimas quando sofria
Que entendesses que não consigo ser mãe, amante, mulher, e fada ao mesmo tempo
E que é disso que preciso…
Que me entendas… e de tempo…

Gostaria…
Gostaria que me olhasses enquanto me dispo
Que me dissesses palavras quentes de amor que despertam
Que me procurasses com desejo
Que as tuas mãos me despissem com ardor
Que me amasses como se fosse a primeira… e a última vez…

Gostaria…
Gostaria de ter chegado para ti
Que todo o tempo em comum nos tivesse apenas unido
Que apesar do cansaço, me inventasses
… me visses sob o visível… porque eu continuo aqui
Gostaria que nunca me tivesses traído
Pois que isso me fez duvidar, não de ti… mas de mim…

Gostaria…
De me ter encontrado de outra maneira, mas não…
Soltei o meu Eu, como quem solta o cabelo
Tornei-me bonita para quem quis olhar
Soltei as palavras para quem quis ouvir
E deixei-me amar para ter a certeza
Que afinal não morri no dia em que soube quem tu és

Gostaria…
De não ter gostado
De querer voltar a trás, de me ter arrependido, mas não…
Vivi intensamente cada instante da loucura quente da paixão

Gostaria de me ter arrependido…
E de ter deixado de te amar!!!
… mas não…

Paula AbrEu
Em 5/3/2012 Partilhar

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Snow Patrol - Called Out In The Dark (em conjunto com texto original de moi même ;)

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A fuga do João

Saí de casa apressado, enervado, exaurido… É hoje!!
Não quero ouvir mais os gritos da mãe dela, os ralhos, os nervos, as “descascas”… mais nada!! Acabou!! Chega!!! Basta!!!! Finito!!!
Entrei no café, cheio de tristes que falavam sorridentes
E eu mais um…
Lá veio o barman – outro triste – servir-me a imperial. A primeira de muitas que tinham como missão, fazer-me ir embora de uma vez ou voltar com o rabinho entre as pernas.
E sendo assim..

- Ó amigo!!! É mais uma ‘faxafor’…
(eu nem acredito que disse isto… ‘tou ‘mêmo mal, pá…)

Tou farto!!
Farto do mesmo rabo de cavalo, da cara cansada quando chego bem tarde, do sorriso meigo e do olhar apaixonado, quase devoto.
Daquela porcaria de vontade de me agradar, do fatinho de treino coçado, dos chinelos e da cara deslavada… a envelhecer todos os dias… que injustiça!!!
E agora mais gorda ainda por cima…

O “amigo” continuava a ser um triste e a trazer-me imperiais umas atrás das outras, com olhar sorridente… e eu a matutar…

Hoje é o dia em que finalmente, já não volto. Vou-me embora e pronto!!
Tou farto!!!
Farto do amor domingueiro, com a miúda a bater á porta, de ver TV na cama, dos bolos deliciosos, dos almoços deliciosos, dos jantares deliciosos… da tua boca deliciosa… do teu corpo quente e doce… (és doce, sabias?...)

É pá, mas porquê, pá????
Passei-me dos carretes e liguei á Joana.

- Tás sozinha? 'Blá blá bá e rebébéu pardais ao ninho'…

Ela disse logo que sim, claro… é só eu querer… coitada… boa ‘cumó’ milho, mas burra que nem uma porta. Mas boa…

- Ficas cá fora que eu vou ter contigo, pode ser bebé? Já sabes… não quero problemas com a Maria… (até pareço um gajo que se importa, bah)

Vinte minutos depois saí assim meio ‘turvo’ da companhia dos tristes sorridentes e procurei-a com o olhar pela rua. Só vi as pernas… Nem tirei mais os olhos das pernas e toquei-lhes com prazer, apertei-as com prazer… afastei-as… com prazer…

- Ai Joana… sabes-me tão bem… sabes-me a pouco… que saudades…

E passado uma horita… já com cigarrinho fumado e tudo…

(Ai Joana, és como o mar… és bela… mas enjoas um bocado) – isto pensei eu…
- Tenho que ir, querida, sabes como é… é a vida… (isto disse eu com uma última olhadela ás pernas, á laia de despedida).

Agora na rua, endireitei a gola do casaco e continuei a cogitar…

-F***-se estou farto daquela gaja, pá… e das desconfianças, das traições… e de gostar de caminhar com ela á beira-mar e das gargalhadas que damos juntos… e ainda por cima tá a ficar feia… Não volto, pá!! Foram precisas umas quantas cervejas pra me sentir convencido. Mas tá decidido!! Eu, João, vou-me embora de vez!!!

E comecei a caminhar… ao longo da rua… calmamente (mas decidido), assim um pouco atordoado (mas muito decidido)… na boca ainda tinha o sabor da Joana e foi decididamente que parei á porta do prédio, subi a escada ofegante, entrei em casa... ofegante... e procurei-a com medo que tivesse sido ela a ir-se embora.

Estava deitada a ler…

- Então? Foste espairecer?
(perguntou com aquele sorriso meio calmo, meio ansioso)

Eu não respondi… mas olhei-a…
Não falei… mas olhei-a…
Os meus olhos estavam a gritar, mas ela não ouvia… acho eu.
-Maria!!! Eu não te traí!!! Foram só umas pernas, sem palavras, sem história… só pra provar a mim próprio que não morri, percebes? Eu quero ter a certeza que ainda consigo NÃO resistir a umas pernas, tás a ver?... Mas não te traí… minha Maria...

Ela, do meio do meu silêncio, sussurrou…

- Vem cá…

Quase me assustei quando ouvi a minha voz arrastada e mentirosa, como sempre:

- Maria… desculpa… atrasei-me no café dos tristes…

E o meu pensamento que gritava tão alto e ela não ouvia… como era possível ela não ouvir… os meus olhos também gritavam… - Maria… da próxima vez que fugir… garanto que te levo comigo…

Só me lembro do seu abraço antes de adormecer… o que eu adoro o teu abraço, Maria…

Paula AbrEu
em 28/2/2012
(para acompanhar esta história, escolhi Snow Patrol - Called Out In The Dark, porque gosto e porque me apeteceu. ;)))) Partilhar