Abraço os meus joelhos e deixo correr as lágrimas contidas
Caem no chão sem resolver...
Apenas me lavam a alma, nada mais
Bates á porta
Chamas-me
- Não vou... quero estar só
Estás do outro lado da porta mas sinto-te distante
E sendo assim...
Mais lágrimas silenciosas, que agora quase formam um rio a desaguar neste chão inútil
- Não sais? - perguntas
E eu...
- Não... não saio
Ouço a minha voz a responder num murmúrio magoado e penso que até pagava para não estar nesta situação... para não me ter deixado abater pela minha própria fragilidade...
E depois o silêncio
O silêncio inútil da tua espera e da minha revolta muda
Se calhar não sabes, mas...
As trelas que nos prendem, grande parte das vezes, são muito mais psicológicas do que reais...
É que a porta não estava sequer trancada
...
E tu não entraste
Não me abraçaste
Não murmuraste: Amo-te... - ao meu ouvido
E por isso não me permitiste abraçar-te de volta, sem mais palavras, também elas inúteis
...
A porta não estava trancada, mas tu não entraste
Limitaste-te a esperar...
Numa espera tão inútil como estas minhas lágrimas
Paula AbrEu
(Na deliciosa companhia de "The Black Mamba" uma referência a não perder de vista... nem de ouvido :)
5/10/2012
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