segunda-feira, 16 de maio de 2016

MTV - 1º VIDEO DE TODOS

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Olá pessoal, para quem não saiba, o vídeo passado na 1ª emissão da MTV foi o que incluí acima: 
The Buggles com Video Killed The Radio Stars!!!!
É isso mesmo, precisamente ás 12:01 do dia 1/8/1981 nos EUA e na 1ª emissão da MTV Classic do UK no dia 1/3/2010 foi iniciada com o mesmo video.
O 1º apresentador? Mark Goodman!!!  Uma carinha e uma presença notáveis :) já com experiência desde os anos 70. Top!
Anos 80 e a sua geração de mentes criativas a todos os níveis a quem tanto devemos, que souberam transformar dificuldades em oportunidades, em evolução e crescimento global.
E esse tempo, malta... chegou outra vez!!!!! Bora lá á luta!!!!

Aquele ABRAÇO :)
Paula Abreu
16-5-2016

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quinta-feira, 23 de maio de 2013

Georges Moustaki - Ma Liberté // R.I.P. (texto original)

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R. I. P.

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Conta-me tudo 


São onze e meia da noite e faltam apenas onze dias. 
Cada vez que leio o mote, lembro-me de ti e sinto o peso da vontade de fazer o que é mais sensato: voltar a esquecer-te depressa. Mas não. Eu não domino a vontade de te poder pedir que me digas o que as tuas máscaras escondem. E sendo assim... 

Conta-me tudo. Mas não me digas o que quero. O que espero. Diz-me apenas a verdade mesmo que ela doa. Fala-me do sentimento, do arrependimento, das borboletas no estômago, das horas inquietas que antecediam o tão esperado momento em que nos tínhamos.  
Conta-me do que sentias. Conta-me do primeiro beijo, daquele que me roubaste ao pé do mar, inesquecível. Tão inesquecível como a tua boca macia e o teu desejo. 
Diz-me se te lembras da mesma história que eu, se planeavas um fim ou apenas te limitavas a viver o momento inconsequente e louco... Pleno e belo de tão louco. 
Conta-me tudo sem rodeios nem outras palavras que não sejam apenas as que te saiam do mais fundo da alma. Como se tivesses corrido sem parar e agora á tua frente apenas esteja o infinito e para trás não possas voltar. São essas as palavras que quero ouvir, porque em tempos corri ao teu lado e, se merecesses, talvez tivesse saltado contigo, abraçada a ti e á tua liberdade quando voas. 
Gostava de saber se te lembras de me puxar para ti, com doçura. Estavas tão confiante como nervoso e eu igual. Olhavas-me com aquele olhar intenso da descoberta, do desejo e esse olhar pedia-me. Isso mesmo, pedia-me. Todos os teus gestos me gritavam em silêncio ordens para me libertar das amarras que adivinhavas á minha volta, todos os teus olhares me despiam e o teu toque incendiou-me nessa tarde fria de outono e transformou essas amarras em fios de cabelo frágeis. Tu ofereceste-me a tua verdade nessa tarde. Sem máscaras.  
Fala-me do que sentiste quando me viste chegar e atravessar a ponte. Os meus olhos viam tanta gente mas só te procuravam a ti, saudosos dos teus e senti-me pequena quando me abraçaste no meio da rua, ao pé do rio, com tantos incógnitos que passavam indiferentes àquele gesto simples. Indiferentes a nós, permitindo-nos com essa indiferença, sermos um do outro nesse breve instante e experimentar a maravilhosa sensação da entrega. Por momentos só existias tu, mais ninguém, e senti cada batida do meu coração, acelerada, movida a paixão tão intensa como proibida. O mundo girava ao compasso dessa batida tão rápida e eu sentia-me tonta, inebriada. Deixava a minha alma fugir constantemente da realidade nítida e morna para aquele plano turvo e ardente onde todos os meus atos, por mais loucos que fossem, eram inconsequentes e só meus. Só meus, e tu, só meu.  
Pela primeira vez desde há muito tempo, consegui sentir-me novamente pequena nesse abraço, e isso, soube-me bem.   
Foi nessa nossa Veneza, tão perto e tão longenum prazer sem fronteiras… num “quase amor” preso na paixão desmedida do momento, sorvendo dos teus lábios um doce mel e mergulhando nos teus olhos o meu ser, que me tornaste livre para lá das pontes, dos rios e de todas as distâncias, que mais te amei. 
Se por loucura me entreguei, mil vezes louca. E se, por este pecado, vier a arder no inferno, mil chamas me consumam, pois que tudo o que faça a vida pulsar dentro de mim, vale sempre a pena.  
Fala-me do mar, de caminharmos de mãos dadas, de sonharmos vidas proibidas que sabíamos impossíveis. Fala-me dos ciúmes. Das conversas de fim de dia, das loucuras partilhadas. Dos limites. 
Diz-me, se pensavas em mim nas horas mortas dos teus dias, nos intervalos da vida rotineira de tantas histórias repetidas e passos contados. Se me deixavas surgir num pensamento rebelde. É que a mim, escapaste-me muitas vezes num sorriso, num olhar ausente, quiçá perdido numa memória doce.  
E se alguém então perguntasse: 

- Em que estás a pensar? 

Eu logo, muito rápido, mentia: 

- Em nada... 

Em nada, em tudo, em sim e não e dúvidas e perguntas e certezas e vou, não vou, sou mais uma, sou tudo, sou nada... Já não sei quem sou nem do que sou capaz. Diz-me tu, conta-me tudo e permite-me encerrar esta história de uma vez e arrumar o livro naquela prateleira, a mais alta, sabes? A que fica bem lá em cima, bem lá ao fundo, naquele canto onde raramente mexo. 
Conta-me se no primeiro espelho também viste refletida uma inocência, uma alma nua e ferida que tentava amar-se de novo. Um corpo procurando certezas. Foi o que eu pude sentir. Mas nos últimos mil espelhos… nem me reconheci. Que viste tu refletido nessas imagens? Talvez certezas amargas de quem nunca mais volta. De quem saltou de um abismo e se esqueceu de abrir as asas na altura certa. Talvez um ser sem alma que não é preciso amar para possuir.  
Mas era. Era preciso amar. Era preciso amar, era preciso amor, amores calados, gritados, escondidos, amores contados, mas amores.  
E por isso te peço, que me contes onde foi que te perdi se a minha vontade era encontrar-te. Conta-me das caixinhas onde se arrumam emoções, sentimentos e desejos. Onde se escondem segredos. E explica-me o que fazes para as manter fechadas que eu não consigoEnsina-me como se vivem tantas vidas numa só, sem esgotar a alma. Se o segredo é mesmo não sentir, ou se há mais segredos escondidos. Se pensas que ninguém te lê nas entrelinhas ou se finalmente entendeste a tua própria magia. Eu vi essa magia e por ela superei as tuas falhas. Conta-me da tua fraqueza por não superares as minhas. Vidas imperfeitas. Seres imperfeitos. Laços. 
Laços e não nós. Lembras-te? 
Porque voltas? Porque teimas em ficar? Talvez saibas o que eu mais quero esquecer. Conta-me tudo! Sem máscaras… E deixa-me contar-te do tanto que me magoaste e do tanto que já te perdoei. 
         
Paula Abreu
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segunda-feira, 22 de abril de 2013

Noah Guthrie Cover Valerie by The Zutons

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Encontrei Noah Guthrie por acaso no Facebook do radialista da M80, Paulo Fernandes. E agora não descanso enquanto não ouvir tudo.
Muito bom, mesmo. Isto é música!
TOP!!!

Paula AbrEu
22/4/2013 Partilhar

domingo, 14 de abril de 2013

Trilhos de Almourol 2013 - Imagens (Trail) Som: UKO - Sunbeams

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Olá, olá!!! Primeiro clicar no play para ir ouvindo UKO - Sunbeams enquanto vêem as fotos do trail :) Enjoy and chillout ;) E agora sim, as fotos. Amanhã espero já conseguir colocar mais algumas :)





Mais umas fotos da caminhada pelos Trilhos de Almourol 2013. Belas imagens e belo passeio. Caminhámos cerca de 14Km por trilhos incríveis e houve por lá umas centenas de 'heróis' que percorreram trilhos duríssimos por 25 km e 42 km. Tudo muito bem sinalizado e organizado. Parabéns ao CLAC,



Paula Abreu
14/4/2013 Partilhar

quinta-feira, 21 de março de 2013

The Happy Mess - "Morning Sun" (acompanham a minha 'Sinceridade'

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Sinceridade


Deste-me a mão e entramos na sala. Era ampla e a música suave, enchia-a. Vários pares rodopiavam com mestria ao sabor dos sons  e as mulheres eram todas belas. Gostei da forma como os teus olhos me escolhiam a mim.
Eles esbeltos e discretos e elas todas de branco. Eu de vermelho mas sem sentir aquela vontade de me disfarçar de ninguém. Gosto de vermelho. Ilumina-me.
Deixei escapar um sorriso e fiz de conta que passei a mão ao de leve nas tuas costas, sem querer. Mas não foi sem querer. Fechei os olhos para sentir a energia do teu arrepio e quando te olhei                            - És linda
Eu sei que não é verdade porque os teus olhos além de me darem verde também são espelhos e eu vejo-me neles. Percebi que não vias apenas o meu rosto mas também a minha serenidade, essa sim, linda.
- Danças?
Nem sequer sei dançar mas quando dei por mim já me movia harmoniosamente pela sala, como se tivesse acabado de renascer e me tivesse tornado surpreendente até para mim.
O teu verde envolvia-me e apreciei cada desejo que senti de te beijar. Desejos são como achas em fogueiras. Ardentes. Alimentam e também podem destruir. É exactamente essa dualidade que fascina. 
Deixei-me conduzir nesse bailado estonteante, ofuscada pelo verde cada vez mais intenso e pelo mel doce da tua voz que só me sussurrava o que eu gostava de ouvir.
- Dá-me o teu amor... 
E eu pensei que se tivesses a coragem de gritar o meu nome bem alto no meio da multidão, equanto maior ela fosse mais alto gritavas, como um louco… Louco? Sim, louco e capaz de o ser, sem dúvidas nem pudores. Pensei que eu, perto, tão perto que podias sentir a minha comoção a cada sílaba gritada, aguardava que o meu coração se abrisse. Pensei em todos os amores que se mentem, em todos os sentimentos esquecidos e nos desamores também pensei, enquanto esperava que gritasses o meu ser aos quatro ventos, mas tu apenas
- Dá-me...
Sim eu dar-te-ia, penso que sim, mas o teu silêncio povoado de pequenos sussurros, protege-me e delicia-me ao mesmo tempo. Diverte-me e faz-me sentir tentada a promessas vãs que não tenciono cumprir.
Foi por isso que tremi quando te vi subir ao pequeno palco. Que fiquei para ali perdida, uma mancha vermelha no meio das imaculadas, tão brancas, e eu cheia de pecados tão vermelhos como o meu longo vestido, tão quentes como o desejo que tenho de ti. Sem querer acreditar que o meu nome pudesse soar tão alto como o gritavas e que mais uma vez, sem palavras tinhas vindo até mim, provar-me que não há distâncias entre nós. Não há diferenças.
Tu gritaste, e eu para ti, sem falsas promessas, sem pedidos... amo-te. Hoje. 
Paula AbrEu
em Março de 2013

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quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

QUEBRANTO ao som de Bryan Ferry " Don't stop the dance" Jazz age

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 QUEBRANTO

A velha senhora dizia o meu nome em cruz sobre gotas de azeite que desapareciam ao cair na água como por magia. Eu limitava-me a olhar meio incrédula, meio crente, subjugada com aquela dor tão forte que sentia a latejar na minha cabeça. Aquela dor na alma toda mas que se concentrava no meu cérebro e que parecia o martelar numa uma bigorna com força. Muita força.
A velha lá continuava a sussurrar a sua ladaínha: «Some-te diabo para as ondas do mar coalhado, some-te diabo para as ondas do mar coalhado», e eu, de pálpebra levantada, ostentando o meu ar enfadado, mirava-a de soslaio prestes a fugir dali a arrastar a minha alma pesada e dorida para perto de um Ben-U-Ron, quando a minha mãe 
   - Não!!! Descontrai-te e acredita. Isto já é demais. E não se cura só com Ben-U-Rons.
Ao fim destes anos todos ela continua a ter este poderzinho irritante que foi ganhando ao longo do tempo á força de ter tido (quase) sempre razão e as histórias acabarem sempre com
   - Vês?... eu bem te dizia!
E eu
   - Sim mãe... sim mãe, pronto, não digas mais nada, ok?
E posto isto, lá baixei a pálpebra rebelde e deixei-me ficar, enquanto a velhota, discretamente, continuava: «...se eles quiserem bem podem, de onde eles vieram que pra lá tornem».
Podia passar por esta senhora na rua, mil vezes, que nunca lhe reconheceria qualquer poder de mudar o imutável ou expulsar quebranto ou fosse lá o que fosse para além de tricotar cachecóis, fazer belos biscoitos com chá e tomar conta de gatos dengosos. Mas lá estava ela, concentrada e crente, cabelinho muito branco e posto por ordem, sem um único fio fora do lugar, casaquinho de malha bêje por cima de uma imaculada camisa branca com bordado inglês e saia preta abaixo do joelho com irrepreensível sapato ortopédico a finalizar. Uma avozinha no seu melhor estilo e ainda assim, com um poder oculto, sem dúvida, uma vez que as bolinhas de azeite caiam agora inteiras, já não se desfaziam na água e eu já me sentia leve, como se finalmente a minha alma barulhenta se tivesse desencurralado do meu cérebro e se começasse a espalhar novamente por todo o corpo. Alívio.
A minha mãe percebeu e fez um meio sorriso que não entendi muito bem se era para manifestar o seu contentamento por mim ou apenas por ter tido razão mais uma vez. Aproximou-se, deu-me um empurrãozinho ao de leve a indicar o caminho da porta de saída e ficou para trás conversando com a minha salvadora.
Despedi-me e saí apreciando o surreal do momento e a cada passo que dava menos me apetecia entender. O entendimento tinha deixado de fazer sentido agora que me sentia repentinamente nas nuvens. 
A minha mãe saiu atrás de mim e deu-me o braço, protectora:
  - Então?? Que tal está a Madame Racional??
Ri-me
  - Ó mãe! Que se lixem os Ben-U-Rons!! Avozinhas ao poder!!!
Rimo-nos as duas. No meio das gargalhadas ainda consegui ouvi-la dizer:
  - Vês?? Eu bem te dizia!!!

Paula AbrEu
(num dia de Inverno, com uma dor de cabeça de bradar aos céus :)
Dezembro 2012

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quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

The Herbaliser - Song For Mary - Véspera do Fim do Mundo

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20 12 2012
A Véspera do Fim do Mundo

Era meia-noite e a lua estava grávida.
Isso é que interessava porque o resto... a monotonia das palavras ocas como ecos gritados do alto de montanhas sós... não tinha interesse nenhum.
Numa noite que pode até ser a última, não consigo libertar-me, de tanto que me prendi, de tanto que me escondi.
Cobri-me de manto escuro, tão discreto, tão discreto, que ninguém me pode ver, tal a vergonha consentida sem pudor, sem amor próprio, sem pingos de orgulho... só lagos feitos de fracas lágrimas.
E se me olham, no meio da insegurança que me subjuga, tremo.
Não me olhem!
Se pudesse fugir, fugia. Embora saiba que a cobardia não é uma porta e sim um corredor sem fim nem fins previstos. De dentro da minha cobardia espreito, e todos os que assistem sentem o meu medo e se amedrontam, por isso peço...
Não me olhem!
Nos defeitos encontrados em meus actos me desculpo e encontro forças para não querer agir. Sei o fim da história, pouco surpreendente e repetitiva até á exaustão. A minha exaustão por não dominar o que me aperta e me conduz nas voltas revoltas que compõem a minha vida sem sentido.
Os olhares reprovadores de quem me julga, que sinto como agulhas silenciosas, sedentas da minha agonia, multiplicam-se.
Mais uma vez... não me olhem!
Miro uma última vez a lua grávida, minha confidente, e aprecio a sua felicidade branca, imensa e brilhante. Silenciosa.
Escapa-se-me um sorriso, e admito em voz alta:
- Tornei-me anti-social.

Paula AbrEu
Em 20/12/2012
2012012 - Data única e irrepetível, em que a também única frase deste som "And You got to let me go" me soou como um lema.


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