Quero fazer o que está certo
Mas nem sempre me sai bem
Cortaram meu manto em tiras
Era rainha, passo a ninguém
Preciso apenas de um ápice
Tanto me transtorna... tanto me seduz
Esta tamanha incerteza
Este inconstante vaivém
Procura, desprezo ou luz
Alma minha que não saras
E guardas as minhas culpas,
Junto da minha coragem
Do meu grito, da viagem
Do encontro junto ao mar
Ou de mil pontes, quiçá
Mas se minha alma sarar...
Não terei mais que contar...
E desse encontro me lembro
Revivo, recalco e sonho
Sinto-o sempre no presente
Guardo-o sempre tão vivo
Na memória do que faço, do que fiz, do que desejo
sem vergonha, sem desdém
memória que me acompanha até à hora da morte...
A morte, que não me assusta
Até com ela gostava de me encontrar
E não que me apanhasse num susto
Até a morte eu deixaria amar-me
E gostaria de seduzir
Tal o fogo que me queima
Tal o vazio morno que sinto
Consumido no medo que me conquistou
Na teia que me enredou
No espaço que me deixas
Quando não te dás
Poderia ter o mundo...
Mas estou presa neste limbo que alimentas
Da vaidade e sem afetos
Sem sequer quereres que te ame, que te olhe, que te dê...
Alimentando meus medos como cães famintos
Ah!
Deixo-me enlouquecer... é tão bom
Não quero parar, não quero
Pois se minha alma sarar
nada mais há 'pra contar...
Paula AbrEu (23/5/2012)
- Na confusão dos sentidos, pensamentos desarrumados a fugirem de um lado para o outro, 'pediram-me' para sair a correr.. assim meio loucos, meio rebeldes... como presos que escapam da cadeia e se engasgam com o sabor da liberdade.
E eu deixei.
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